quinta-feira, 28 de abril de 2011

RECICLAGEM

Reciclar é reaproveitar materiais orgânicos e inorgânicos para serem utilizados novamente. Qualquer coisa que tem origem animal é considerado material orgânico. E tudo que não tem origem biológica é considerado material inorgânico.
Os alimentos, por exemplo, são considerados materiais orgânicos. As sobras destes alimentos como as cascas de legumes e frutas que vão para o lixo de cozinha também são considerados materiais orgânicos e podem ser reaproveitados. Ou melhor, podem ser reciclados para serem reaproveitados. O lixo da nossa cozinha, por exemplo, pode ser transformado em adubo. Os adubos são fertilizantes utilizados na terra para enriquecer os solos das plantações..
Os materiais inorgânicos como: garrafas de vidro e plásticas, latas de refrigerante, borracha, entre outros, também podem ser reciclados. Nestes casos, é muito comum que se reutilize o próprio material, ou seja, latas de refrigerante são processadas e transformadas em novas latas, assim como as garrafas de vidro também são preparadas de forma a serem reutilizadas.
Para colaborar no processo de reciclagem o lixo é separado em latas diferentes: metal, papel, vidro, plástico, orgânicos e tóxicos (são pilhas, restos de remédios, materiais de limpeza e outros produtos que agridem o meio ambiente). Cada lixeira é representada por uma cor diferente:
•Papel - Azul                                  •Metal - Amarelo
•Vidro - Verde                               •Plástico - Vermelho
•Orgânico – Marrom                 •Tóxico - Laranja
Este tipo de coleta de lixo é chamado de Coleta Seletiva.
Atualmente, o lixo é problema mundial. Todos os dias acumulamos toneladas de lixo que são levados para aterros sanitários, mas o problema é que o planeta já não suporta esta quantidade de detritos e além disto muitos materiais levam muito tempo para se decomporem.
Não perca tempo, é tempo de reciclar: transformar e processar o lixo para ser utilizado novamente.

domingo, 24 de abril de 2011

PARA VOCÊ que acompanha e participa do blog “Pati Alves na Educação”

Que o coelhinho deixe para você uma cesta de amor e felicidade! Que neste dia de Páscoa renasça a alegria da criança que existe em você. Que o milagre da vida encante seu coração. E que sua fé sempre se renove.
Com carinho, Pati.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

HORA DE... ERA UMA VEZ... O Patinho Feio...


O PATINHO FEIO



O PATINHO FEIO
Hans Christian Andersen
Hoje vamos conhecer um pouquinho sobre a vida de Hans Christian Andersen, alguém já ouviu falar dele? Bom e nasceu dia 2 de Abril de 1805, na Dinamarca, ele foi um escritor muito importante por isso esse dia (02/04) é dedicado e conhecido como o Dia Mundial da Literatura Infanto-juvenil.
Na época em que ele viveu  vépoca não havia televisão, cinema ou computador e a diversão das crianças ficava por conta das histórias improvisadas pelos pais ou avós. Andersen teve uma infância muito pobre, mas iluminada pela criatividade de seu pai, um sapateiro que lhe encenava peças e lhe contava muitas histórias. Mas logo seu pai morreu, quando ele tinha apenas 7 anos. A morte do pai foi muito marcante para o pequeno Andersen, porém ficou-lhe na lembrança o gosto pelas artes. Sozinho e decidido a mudar de vida, ao completar 14 anos, o jovem partiu rumo à capital do país, Copenhague. No início foi duro, Andersen chegou até a passar fome na cidade grande, mas logo arrumou pequenos trabalhos para sobreviver.
Ele estudou e viajou muito. Gostava de escrever poemas, mas foi graças aos contos infantis que Andersen ficou famoso. Sua sorte mudou definitivamente quando conheceu o diretor do Teatro Real, Jonas Collin. Esse homem reconheceu o talento do jovem e passou a lhe dar proteção, pagava seus estudos e garantia-lhe empregos como bailarino, corista ou autor de peças no teatro.
Ao todo Andersen escreveu 156 contos para crianças e dentre as suas histórias mais conhecidas podemos destacar: O Patinho Feio, A Pequena Sereia, O Soldadinho de Chumbo, As Roupas Novas do Imperador, A Colina dos Elfos, A Pastora e o Limpador de Chaminés e A Polegarzinha. Conta-se que Andersen passava horas contando histórias para crianças, brincando e ouvindo-as.
Em 1875 O autor falece em Copenhague. Suas histórias, porém permanecem vivas até hoje e são contadas nas mais diferentes línguas pelo mundo inteiro. Algumas viraram belos filmes!
Há, quando era criança Andersen sentia-se meio desengonçado e sofria complexo por ser magro e alto demais para a idade. Achava-se O Patinho Feio, e foi por isso que ele escreveu essa história que eu vou contar para vocês.
O PATINHO FEIO
      Estava um dia muito agradável no campo. O ar rescendia a verão; o milho estava amarelo, a aveia estava pronta paraa ser ceifada e os fardos de feno nos campos pareciam pequenas colinas de erva e a cegonha passeava por cima delas com as suas longas pernas vermelhas. A toda a volta dos campos havia bosques e florestas com fundos lagos de água fresca. Sim, estava mesmo muito agradável no campo. E, brilhando ao sol, podia ver-se uma velha mansão rodeada por uma lagoa. Grandes folhas de azedinhas cresciam nas paredes até à água; algumas eram tão grandes que uma criança podia ficar de pé debaixo delas. À sombra podia-se até pensar que se estava numa florestazinha secreta e primitiva.
Era aí que uma pata chocava os seus ovos no ninho. Porém, já estava ficando bastante irritada porque os ovos com os patinhos demoravam a eclodir; quanto às visitas de outras patas, quase não as tinha; os outras patas preferiam nadar no lago a ir ter com ela debaixo das grandes folhas para conversar.
Por fim, os ovos começaram a eclodir, um após outro.
— Pip, pip!
O ninho ficou cheio de patinhos que colocavam as cabeças fora das cascas.
— Quac, quac! — disse a mãe. — Depressa, depressa! E as criaturinhas saíram o mais depressa que puderam e olharam à sua volta, no abrigo de folhas verdes; e a mãe deixou-as olhar à vontade, porque o verde faz bem aos olhos.
— Como o mundo é grande! — disseram os pequenos.
É claro que agora tinham muito mais espaço do que dentro dos ovos.
— Pensam que o mundo é só isto, seus patetas? — perguntou a mãe. — Ora! O mundo estende-se muito para além do outro lado do jardim, mesmo até a fazenda do vigário. Embora, verdade seja dita, eu nunca tenha estado lá. Já estão todos aqui, não estão? — Levantou-se do ninho. — Não, tu ainda não. Ainda falta o ovo maior. Quanto tempo demorará ainda? Estou mesmo farta disto, se querem saber.
E tornou a deitar-se.
 — Bem, que tal vão as coisas? — perguntou uma velha pata que veio visitá-la.
— Este ovo está demorando..  um tempo horrível — disse a mãe pata. — Não há meio de eclodir! Mas olhe para os outros! São os patinhos mais bonitos que já vi, tal e qual o pai, aquele boboca que nunca vem visitar-me!
— Deixe-me ver o ovo — disse a velha pata. — Ah! Acredite no que lhe digo, isso é parece um ovo de peru. Uma vez aconteceu-me a mesma coisa e nem calcula o trabalho que tive com os peruzinhos! Como eram perus, tinham medo da água, e não consegui metê-los lá na lagoa. Deixe ver. É, é sim... é um ovo de peru. Deixe-o ficar no ninho e vá ensinar os outros a nadar.
— Bem, vou aguentar um pouco mais — respondeu a pata. — Já estou aqui há tanto tempo que não custa esperar um pouco mais.
— Está bem, faça como quiser — respondeu a velha pata, e foi-se embora.
Por fim, o grande ovo eclodiu.
—Pip, pip! — disse o jovem, saindo cá para fora.
Mas que grande e que feio que ele era! A mãe olhou para ele.
— Que grande patinho! — pensou. — Será mesmo um peru? Bem, já vamos ver; tem de ir para a água, nem que eu tenha de  empurrá-lo.
No dia seguinte, o tempo estava lindo, e a mãe pata saiu com todos os patinhos e desceu até o lago, onde mergulhou.
— Quac, quac! — chamou ela.
E, um atrás do outro, os patinhos saltaram para a água. Ficaram com as cabeças debaixo de água, mas vieram logo à tona, e em breve nadavam gostosamente. As suas patinhas mexiam-se naturalmente, e lá estavam todos — até o patinho feio e cinzento nadava com os outros.
— Não, isto não é um peru! — exclamou a mãe. — Ainda bem que ele usa as patas e que nada bem. É meu filho... só pode ser... Isso não há dúvida. Realmente, é bem bonito, se repararmos bem. Quac, quac! Venham comigo, meninos; venham conhecer o mundo e as outras aves da fazenda; mas fiquem perto de mim, para ninguém os pisar. E cuidado com o gato! Esse bichano é fogo !
          E lá foram para o pátio da fazenda. Aí havia um barulho horrível e grande agitação, porque duas famílias de patos e gansos discutiam por causa da cabeça de um peixinho — mas afinal quem levou a melhor foi o gato que papou o peixe.
— O mundo é assim — disse a mãe pata.
Ficou com água no bico, de vontade,  porque também ela teria gostado de comer a cabeça do peixe.
— Vá, usem as patinhas; andem e façam uma vênia (cumprimento) à velha vovó pata que está ali! Ela é a pessoa mais importante da fazenda; os antepassados dela vieram da Espanha e, como vêem, tem um pedacinho de pano vermelho atado a uma pata. É nobre.  Isso é uma coisa muito especial: significa que ninguém pode matá-la e que tanto os homens como os animais têm de tratá-la com respeito. Venham! Não metam as patas para dentro! Um patinho bem educado anda com as patas bem afastadas, como o pai e a mãe. Vamos! Façam uma vênia (cumprimento) e digam: «Quac!» (bom dia).
Os patinhos fizeram o que ela lhes disse, mas os outros patos do pátio olharam para eles e disseram em voz alta:
— Lá vamos ter de aturar estes patinhos, como se já não fôssemos bastantes! E, meu Deus!, que patinho tão esquisito aquele! Não o queremos com certeza por aqui.
E um pato voou em direção ao patinho cinzento e deu-lhe uma bicada no pescoço.
— Deixa-o em paz — disse a mãe. — Ele não está incomodando ninguém.
— Pois não, mas é muito grande e tem um jeito esquisito — respondeu o pato que o tinha bicado. —Tem de ser colocado na fila, em ordem.
— Bela família — comentou a velha pata com o paninho vermelho à volta da perna. — Os patinhos são todos bonitos, exceto aquele, não pode ser. Se ao menos a mãe pudesse tornar a fazê-lo!
— Isso é impossível, Vossa Senhoria — disse a mãe pata. — É verdade que não é bonito, mas tem bom aspecto e nada tão bem como os outros. Atrevo-me até a dizer que, quando for maior, é capaz de vir a ser mais bonito e talvez, com o tempo, um pouco mais pequeno. Ficou tempo demais dentro do ovo e foi isso que lhe estragou o aspecto. — Ajeitou-lhe a penugem do pescoço e alisou-lhe uma peninha e outra. — Além disso — acrescentou —, é um pato, por isso não tem muita importância se é bonito ou feio. É saudável, tenho a certeza, e vencerá neste mundo.
— Seja como for, os outros patinhos são encantadores — retorquiu a velha pata. — Bom, estejam à vontade, e se encontrarem uma cabeça de peixe podem me trazê-la.
Isto foi o primeiro dia; depois, a sina do patinho cinzento piorou. Que infeliz se sentia por ser tão feio! Era perseguido por todos. Os patos tentavam dar-lhe bicadas; as galinhas também; e a moça empregada que dava de comer aos animais empurrava-o com o pé. Até os irmãos e as irmãs estavam contra ele e diziam:
— Feio! Seria melhor que o gato te apanhasse!
A mãe também dizia em voz baixa:
— Quem me dera que estivesses longe…
E então ele foi-se embora. Primeiro, voou para cima de um arbusto — e os passarinhos nos arbustos voaram alarmados.
«É por eu ser tão feio», pensou o patinho, fechando os olhos.
Mas continuou o seu caminho. Por fim, chegou aos charcos e juncos onde vivem os patos bravos e ficou lá deitado toda a noite, porque estava muito cansado e triste.
De manhã, os patos bravos apareceram e observaram o seu novo companheiro.
— Que espécie de criatura és tu? — perguntaram.
O patinho virou-se para cada um e cumprimentou-os o mais amavel e educadamente que pôde.
— És mesmo feio, lá isso és! — disse um pato bravo. — Mas isso pouco importa, desde que não cases com nenhuma das nossas filhas.
Pobrezinho do patinho. A ideia de casar nem sequer lhe tinha vindo à cabeça porque ele ainda era uma criança. Tudo o que queria era deitar-se e descansar nos juncos, nadar e beber um pouco da água do lago.
Ali ficou durante dois dias, até que apareceram dois gansos selvagens — dois jovens machos. Também tinham nascido há pouco, mas eram muito vivos e descarados.
— Olá, amigo — disseram. — És tão feio que gostamos de ti. Que tal vires conosco quando voarmos para mais longe? Numa lagoa perto daqui há umas lindas gansas, belas meninas, com um «quac!» (voz) que vale a pena ouvir. Com o teu aspecto esquisito pode ser que tenhas sorte com alguma delas.
Nesse momento ouviu-se «bang!, bang!» (tiros) e ambos os alegres gansos caíram mortos nos juncos. A água ficou vermelha de sangue. Outra vez «bang!, bang!» — e um bando de gansos selvagens levantou voo dos juncos. Era uma grande caçada. Os caçadores estavam a toda a volta do charco; alguns estavam mesmo empoleirados nas árvores. Fumaça azul das espingardas subia como nuvens dentro e fora dos ramos escuros e ficava a pairar sobre a água. Os cães faziam tchac!, tchac!, pela lama, esmagando os juncos. O pobre patinho estava aterrorizado; quando tentava precisamente esconder a cabeça debaixo da asa um cão perdigueiro enorme e assustador parou em frente dele com a língua de fora e os olhos a brilharem de uma maneira horrível. Encostou o focinho ao patinho, cheirou, arreganhou os dentes aguçados e depois — tchac!, foi-se embora sem lhe tocar.
— Oh, graças a Deus! — suspirou o patinho. — Sou tão feio que até o cão pensa duas vezes antes de me morder. E ficou muito quieto enquanto ouvia os tiros, um após outro, guincharem e troarem pelos juncos. O dia já ia acabando quando o barulho parou; mas a pobre criatura nem então se atreveu a mexer-se. Por fim, levantou a cabeça, espreitou cautelosamente em redor e apressou-se a fugir do charco tão depressa quanto pôde. Correu por campos e prados, mas o vento soprava tão forte contra ele que era difícil avançar.
Perto da noite, chegou a um casebre miserável; estava em tal estado que nem sabia para que lado havia de cair, de modo que continuava de pé. O vento soprava com tanta força que o patinho teve de se sentar para não ser levado por ele, mas o vento parecia ficar cada vez mais forte. Então notou que a porta da choupana não tinha uma dobradiça e estava pendurada de tal modo que ele conseguia esgueirar-se lá para dentro, e foi isso mesmo que fez.
Nessa casinha vivia uma velhota com um gato e uma galinha. O gato, a quem ela chamava Filhinho, sabia arquear as costas e fazer ronrom; também fazia faíscas, mas só quando lhe faziam festas ao contrário (cafuné). A galinha tinha umas perninhas curtas e por isso chamava-se Pinta-Pernas-Curtas. Punha muitos ovos, e a velhota gostava dela como se fosse sua filha.
Quando amanheceu, repararam logo no estranho pequeno visitante. O gato começou a fazer ronrom, e a galinha a cacarejar.
— O que é que aconteceu? — perguntou a velhota, olhando à volta.
Mas já não enxergava muito bem, de modo que achava que o pequeno recém-chegado era uma pata adulta.
— Ora isto é que é sorte! — exclamou ela. — Agora vou ter ovos de pata… desde que não seja um pato. Bem, veremos…
E o patinho ficou sendo observado durante três semanas, mas não apareceram ovos.
O gato era o senhor da casa, e a galinha a senhora. Egoístas, passavam a vida a dizer «Nós e o mundo…», porque pensavam que eram metade do mundo e, claro, a metade melhor. O patinho achava que podia haver outras opiniões sobre o assunto, mas a galinha não queria ouvir falar nisso.
— Sabes pôr ovos? — perguntou. — Não? Então, faz o favor de guardar as tuas opiniões para ti próprio!
O gato perguntou:
— Sabes arquear as costas e fazer ronrom ou soltar faíscas? Não? Então o melhor que tens a fazer é ficares calado quando as pessoas sensatas estão falando.
De maneira que o patinho se sentava a um canto e aborrecia-se. Vinham-lhe à ideia pensamentos sobre o ar livre e o sol, e depois uma saudade extraordinária de nadar e flutuar na água. Por fim, não pôde deixar de falar nisso à galinha.
— Que ideia tão disparatada! Nadar ! — exclamou ela. — O teu mal é não teres nada que fazer; por isso é que tens essas fantasias. Põe mais é uns ovos ou tenta fazer ronrom que essas ideias malucas passam.
— Mas é tão delicioso flutuar na água — disse o patinho. — É tão bom baixar a cabeça e mergulhar até o fundo!
— Deve ser ótimo! — disse a galinha sarcasticamente, rindo dele. — Não deves estar bem da cabeça! Pergunta ao gato, que é a pessoa mais inteligente que conheço, se ele gosta de flutuar na água ou de mergulhar até o fundo. Não faças caso da minha opinião; pergunta à nossa dona, a velhota: não há ninguém mais sábio no mundo inteiro. Achas que ela quer flutuar ou meter a cabeça dentro de água? Bobeira.
— Não compreendes… — disse o patinho tristemente.
— Bem, se nós não te compreendemos, ninguém compreenderá. Nunca saberás tanto como o gato ou a velhota, para já não falar de mim. Não tenhas sonhos bobos, seu tampinha, e agradece as coisas boas que te têm acontecido. Não encontraste um quarto quente e companheiros elegantes, com quem podes aprender muito se prestares atenção? Mas tu só dizes besteiras e disparates; nem sequer és uma companhia alegre. Acredita que o que te digo é para teu bem. Vá, faz um esforço e põe uns ovos ou, pelo menos, aprende a fazer ronrom e a deitar faíscas.
— Acho que o melhor é ir por esse mundo afora — respondeu o patinho.
— Então vai, podes ir embora — exclamou a galinha.
E o patinho lá foi. Boiou na água e mergulhou; mas parecia-lhe que os outros patos não faziam caso dele por ele ser feio.
Até que chegou o outono: as folhas do bosque ficaram castanhas e amarelas e caíam; o vento as apanhava e as fazia rodopiar como loucas; até o céu parecia gelado; as nuvens pairavam, pesadas com granizo e neve, e o corvo, empoleirado numa árvore, graznava «crá, crá» por causa do frio. Só de olhar para aquilo o patinho ficava logo tremendo. Foi um tempo difícil também para o patinho.
Uma tarde, com o céu avermelhado pelo pôr do sol, um bando de grandes aves maravilhosas ergueu-se dos juncos. O patinho nunca tinha visto aves tão belas. Eram de um branco brilhante, com longos pescoços graciosos — na verdade, eram cisnes. Emitindo um estranho som, abriram as esplêndidas asas e voaram para longe, para terras mais quentes e lagos que não gelavam. Voaram até bem alto e o patinho feio ficou muito excitado; andava rodando na água, e chamou-os com uma voz tão alta e estranha que até ele próprio se assustou. Oh, nunca esqueceria aquelas aves maravilhosas, aquelas aves felizes! Assim que a última desapareceu, mergulhou mesmo até o fundo e, quando voltou de novo à superfície, estava excitadíssimo. Não sabia como se chamavam as aves; não sabia de onde tinham vindo nem para onde voavam — mas sentia-se mais atraído por elas do que por qualquer outra coisa.
No inverno ficou ainda mais frio. O patinho tinha de nadar às voltas na água para esta não congelar, mas cada noite a parte sem gelo se tornava mais pequena. Depois, tinha de bater com as patinhas a toda a hora, para quebrar a superfície de gelo; por fim, acabou por ficar estafado e cansado. Parou e depressa a água congelou completamente.
De manhã cedo apareceu um camponês. Vendo a avezinha tiritando de frio e com gelo até o pescoço, foi até lá, derreteu o gelo  e levou-a para casa, para a mulher. Pouco tempo depois, o patinho, aquecido, reanimou-se. As crianças queriam brincar com ele, mas ele julgava que queriam fazer-lhe mal e, assustado, voou para dentro da vasilha do leite. O leite salpicou toda a sala; a mulher deu um grito e colocou as mãos à cabeça; depois, o patinho voou para dentro da tigela da manteiga, depois para o barril da farinha, e depois saiu. Meu Deus, que espetáculo! A mulher, ainda aos gritos, atirou-lhe o atiçador da lareira; as crianças, rindo e guinchando, caíam umas por cima das outras, tentando apanhar o patinho. Felizmente, a porta estava aberta; lá foi ele correndo para os arbustos e para a neve recém-caída e aí ficou meio entontecido.
Mas seria demasiado triste contar-lhes todas as dificuldades e infelicidades por que ele teve de passar durante aquele inverno cruel. Um dia, estava tentando aconchegar-se entre os juncos da lagoa quando o sol começou a enviar novamente raios quentes; os passarinhos cantavam; que maravilha! Tinha chegado a primavera. O patinho bateu as asas. Pareciam mais fortes do que antes, e levaram-no velozmente para longe; antes de perceber  que estava voando, aterrissou num lindo jardim cheio de macieiras em flor, com lilases perfumados que pendiam dos seus longos ramos mesmo até um riacho sinuoso. E então, mesmo em frente dele, saindo das sombras das folhas, apareceram três magníficos cisnes brancos, agitando as penas enquanto deslizavam pela água. O patinho reconheceu as maravilhosas aves e sentiu uma estranha tristeza. Sentiu-se atraído por eles.
— Vou voar até àquelas nobres aves, mesmo que me matem à bicadas  me atreverei a aproximar-me, feio como sou. Mas não me importo… é melhor ser morto por umas criaturas tão esplêndidas do que levar bicadas de patos e galinhas e pontapés da moça empregada da fazenda ou ter de aguentar outro inverno como o último.
Voou para a água e nadou em direção aos magníficos cisnes. Estes viram-no e vieram ter com ele a toda  velocidade, agitando a plumagem.
—Vá, matem-me — disse o pobre patinho curvando a cabeça  até a água enquanto esperava pelo fim.
Mas o que é que viu ele refletido embaixo? Observou-se bem — já não era uma desajeitada ave feia e cinzenta. Era igual às orgulhosas aves brancas ali ao pé: era um cisne!
Não interessa nascer num terreiro de patos quando se sai de um ovo de cisne. Se um gato nasce em um forno, esse gato não será pão, não é mesmo ?  É gato mesmo.
Sentiu-se feliz por ter sofrido tantas dificuldades, porque agora dava valor à sua boa sorte e ao lar que finalmente tinha encontrado. Os majestosos cisnes nadaram à sua volta e acariciaram-no com admiração com os bicos.
Umas criancinhas apareceram no jardim e atiraram pão para a água e a mais pequenina gritou alegremente:
— Há mais um cisne!
E as outras disseram, encantadas:
— É verdade, apareceu mais um cisne!
Bateram palmas e dançaram de contentamento; depois foram correndo contar aos pais a novidade. Jogaram mais migalhas de pão e bolo para a água e todos disseram:
— O novo é o mais bonito de todos. Olhem que belo que é, aquele novo!
E os cisnes mais velhos curvaram as cabeças diante dele.
Ele sentia-se muito envergonhado e escondeu a cabeça debaixo de uma asa; não sabia o que fazer. Estava quase feliz demais, porque um bom coração nunca é orgulhoso nem vaidoso. Lembrava-se dos tempos em que tinha sido perseguido e desprezado, e agora ouvia toda a gente dizer que era a mais bela de todas aquelas maravilhosas aves brancas. Os lilases curvaram os ramos até à água para o saudarem; o sol enviou o seu calor amigo, e a jovem ave, com o coração cheio de alegria, agitou as penas, ergueu o pescoço esguio e exclamou:
— Nunca pensei que alguma vez pudesse sentir tamanha felicidade quando era o patinho feio!


FIM






Contação de história na Escola Municipal Eny Caldeira em 10/04/2011.
Contadora: Professora Patricia Alves.

Após o conto realizamos a dobradura do Cisne.


quinta-feira, 14 de abril de 2011

DIA DO ÍNDIO

FALAMOS TUPI-GUARANI



Dicionário Tupi-guarani 

Muitas palavras estão no nosso dia-a-dia e são de origem indígena, como: abacaxi, arapuca, arara, capim, catapora, cipó, cuia, cumbuca, cupim, jabuti, jacaré, jibóia, jururu, mandioca, mingau, minhoca, paçoca, peteca, pindaíba, pipoca, preá, sarará, tamanduá, tapera, taquara, toca, traíra, xará...

Veja alguns significados baixo num breve dicionário tupi-guarani.

Localização dos cinco grandes grupos linguísticos
Tupi-guarani Ao longo do litoral, na Amazônia, no Paraguai e Rio Grande do Sul
Jês Planalto central e meridional
Aruakes Amazônia ocidental
Caribes Amazônia setentrional
Cariris Sertão do nordeste


A
Aaru: espécie de bolo preparado com um tatu moqueado, triturado em pilão e misturado com farinha de mandioca.
Abá (avá - auá - ava - aba): homem, gente, pessoa, ser humano, índio.
Ababá: tribo indígena tupi-guarani que habitava as cabeceiras do rio Corumbiara (MT).
Abacataia: peixe de água salgada, parecido com o peixe-galo.
Abaçaí: perseguidor de índios, espírito maligno que perseguia e enlouquecia os índios.
Abaetê: pessoa boa, pessoa de palavra, pessoa honrada.
Abaetetuba: lugar cheio de gente boa.
Abaité: gente ruim, repulsiva, estranha.
Abanheém: (awañene) língua de gente, a língua que as pessoas falam.
Abaquar: senhor (chefe)do vôo, homem que voa.
Abaré: (aba - ré - rê - abaruna)amigo.
Abaruna: (abuna)amigo de roupa preta, padre de batina preta.
Abati: milho, cabelos dourados, louro.
Acag: cabeça.
Acará: (acaraú) garça, ave branca.
Acaraú: acaraí, acará, rio das garças. Diz-se que a grafia com a letra u, com o som de i fechado, vem dos colonizadores franceses, que os portugueses representavam, às vezes, por y).
Acemira: acir, o que faz doer, o que é doloroso (moacir).
Açu: (iguaçu, paraguaçu) grande, considerável, comprido, longo.
Aguapé (tupi): (awa'pé) redondo e chato, como a vitória-régia, plantas que flutuam em águas calmas.
Aimará: túnica de algodão e plumas, usada pelos guaranis.
Aimirim: aimiri, formiguinha.
Airequecê: lua.
Airumã: estrela-d'alva.
Aisó: formosa.
Aiyra: filha.
Ajubá: (itajubá) amarelo.
Akitãi: (irakitã - muirakitã) baixo, baixa estatura.
Amana: (amanda) chuva.
Amanaci: (amanacy) a mãe da chuva.
Amanaiara: a senhora da chuva ou o senhor da chuva.
Amanajé: mensageiro.
Amanara: dia chuvoso.
Amanda: amana, chuva.
Amandy: dia de chuva.
Amapá: (ama'pá) árvore de madeira útil, e cuja casca, amarga, exsuda látex medicinal.
Amerê: fumaça.
Ami: aranha que não tece teia.
Anauê: salve, olá.
Andira: o senhor dos agouros tristes.
Andirá: morcego.
Anhangüera: diabo velho.
Anomatí: além, distante
Antã (atã): forte.
Anacê: parente.
Anajé: gavião de rapina.
Aondê: coruja.
Ape'kü: (apicum) mangue, brejo de água salgada.
Apoena: aquele que enxerga longe.
Apuama: veloz, que tem correnteza.
Aquitã: curto.
Aracê: aurora, o nascer do dia.
Aracema: bando de papagaios (periquitos, jandaias, araras).
Aracy: a mãe do dia, a fonte do dia, a origem dos pássaros.
Aram: sol.
Arani: tempo furioso.
Arapuã: abelha redonda.
Arapuca: armadilha para aves.
Araxá: lugar alto onde primeiro se avista o sol.
Auá: (avá, abá) homem, mulher, gente, índio.
Avaré: (awa'ré, abaré) amigo, missionário, catequista
Avati: gente loura (abati, auati).
Awañene: (abanheém) língua de gente, a língua que as pessoas falam.
Ayty: ninho (parati).
B
Babaquara: tolo, aquele que não sabe de nada.
Bapo: chocalho usado em solenidades.
Baquara: sabedor de coisas, esperto.
Biboca: moradia humilde.
C
Caá: kaá, mato, folha.
Caapuã: aquele ou aquilo que mora (vive) no mato.
Caboclo: (kariboka) procedente do branco, mestiço de branco com índio (cariboca, carijó, caburé, tapuio).
Caburé (tupi): kaburé, caboclo, caipira.
Canoa: embarcação a remo, esculpida no tronco de uma árvore; uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis.
Capenga: pessoa coxa, manca.
Cari: o homem branco, a raça branca.
Carió: procedente do branco, caboclo, antiga denominação da tribo indígena guarani, habitante da região situada entre a lagoa dos Patos (RS) e Cananéia (SP), (carijó).
Carioca: kari'oka, casa do branco.
Cuica: ku'ika,espécie de rato grande com o rabo muito comprido.
Curumim: menino (kurumí).
D
Damacuri: tribo indígena da Amazônia.
Deni: tribo indígena aruaque(aruake), que vive pelos igarapés do vale do rio Cunhuã, entre as desembocaduras dos rios Xiruã e Pauini, Amazônia. Somam cerca de 300 pessoas, e os primeiros contatos com a sociedade nacional ocorreram na década de 60.
E
Eçaí: olho pequeno.
Eçaraia: o esquecimento.
Etê: bom, honrado, sincero.
G
Galibi: tribo indígena da margem esquerda do alto rio Uaçá, Amapá.
Geribá: nome de um coqueiro.
Goitacá: nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar.
Guará (1): iguara, ave das águas, pássaro branco de mangues e estuários.
Guará (2): aguará, aguaraçu, mamífero (lobo) dos cerrados e pampas (açu).
Guarani(1): raça indígena do interior da América do Sul tropical, habitante desde o Centro Oeste brasileiro até o norte da Argentina, pertencente à grande nação tupi-guarani.
Guarani (2): grupo lingüístico pertencente ao grande ramo tupi-guarani, porém mais característico dos indígenas do centro da América do Sul.
Guaratinguetá: reunião de pássaros brancos.
Guariní: guerreiro, lutador.
I
I: água, pequeno, fino, delgado, magro.
Iaé (kamaiurá): lua.
Iandé: a constelação Orion.
Iandê: você.
Iba: (iwa, iua, iva) ruim, feio, imprestável (paraíba).
Ibi: terra.
Ibitinga: terra branca (tinga).
Ig: água.
Iguaçu: água grande, lago grande, rio grande.
Ipanema: lugar fedorento.
Ipiranga: rio vermelho.
Ira: mel (iracema, irapuã).
Iracema: lábios de mel (ira, tembé, iratembé).
Irapuã: mel redondo (ira, puã).
Ita: pedra (itaúna).
Itajubá: pedra amarela (ita, ajubá).
Itatiba: muita pedra, abundância de pedras (tiba).
Itaúna: pedra preta (ita, una).
Ité: ruim, repulsivo, feio, repelente, estranho (abaité).
Iu: (yu, ju) espinho, (jurumbeba).
J
Jabaquara: rio do senhor do vôo (iabaquara, abequar).
Jacamim: ave ou gênio, pai de muitas estrelas (yacamim).
Jaçanã: ave que possui as patas sob a forma de nadadeiras, como os patos.
Jacaúna: indivíduo de peito negro.
Jacu: (yaku) uma das espécies de aves vegetarianas silvestres, semelhantes às galinhas, perus, faisões.
Jacuí: jacu pequeno.
Jaguar: yawara, cão, lobo, (guará).
Juçara: palmeira fina e alta com um miolo branco, do qual se extrai o palmito.
Jurubatiba: lugar cheio de plantas espinhosas (ju - ru - uba -tiba).
Jurubeba: planta espinhosa e fruta tida como medicinal.
Jururu: de aruru, que significa triste
K
Kaapora: aquilo ou quem vive no mato, (caapora, caipora).
Kamby: leite, líquido do seio.
L
Laurare (karajá): marimbondo.
Lauré (pauetê-nanbiquara): arara vermelha.
M
Manau: tribo do ramo aruaque(aruake) que habitava a região do rio Negro.
Manauara: natural de, residente em, ou relativo a Manaus (capital do estado do Amazonas).
Mairá: uma das espécies de mandioca.
Maní: deusa da mandioca, amendoim (maniva).
Manioca: mandioca (a deusa Maní, enterrada na própria oca, gerou a raiz alimentícia).
Mandioca: aipim, macaxeira, raiz que é principal alimento dos índios brasileiros.
Maracá: mbaraká, chocalho usado em solenidades.
Massau: uma das espécies de macaco, pequeno e de rabo comprido, (sagüi).
Membira: filho ou filha.
Motirõ: mutirão, reunião para fins de colheita ou construção.
N
Nanbiquara: fala inteligente, de gente esperta.
Nhe: nhan, falar, fala, língua.
Nhenhenhém: nheë nheë ñeñë, falação, falar muito, tagarelice.
O
Oapixana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima, nas fronteiras com a Guiana.
Oca: cabana ou palhoça, casa de índio ( ocara, manioca)
Ocara: praça ou centro de taba, terreiro da aldeia
Ocaruçu: praça grande, aumentativo de ocara
P
Pará (1): rio
Pará (2): prefixo utilizado no nome de diversas plantas
Paracanã: tribo indígena encontrada durante a construçao hidrelétrica de Tucuruí, no rio Tocantins, Para.
Paraíba (1): paraiwa, rio ruim, rio que não se presta à navegação.
Paraibuna: rio escuro e que não serve para navegar
Paraná: mar
Pauá (tupi): (pawa, pava) tudo, muito, no sentido de grande extensão.
Peba: branco,branca (tinga, peva, peua).
Pereba: pequena ferida.
Pernambuco: mar com fendas, recifes.
Piauí: Rio de piaus (tipo de peixe).
Pindaíba: anzol ruim, quando não se consegue pescar nada.
Poti: camarão.
Potiguar: pitiguar, potiguara, pitaguar, indígena da região nordeste do Brasil.
Puã: redondo (irapuã).
Puca: armadilha (arapuca, puçá).
Puçá: armadilha para peixes.
Q
Quecé: faca velha.
Quibaana: tribo da região Norte.
R
Raira: filho (membira).
Ré: amigo (geralmente usado como sufixo: abaré, araré, avaré).
Rudá: deus do amor, para o qual as índias cantavam uma oração ao anoitecer.
Ru: folha (jurubeba).
S
Sapiranga: olhos vermelhos, (çá: olhos, piranga: vermelhos).
Sauá: uma das espécies de macaco.
Sergipe: rio do siri.
Surui: tribo do parque do Aripuanã, Rondônia.
T
Tapuia: designação antiga dada pelos tupis aos gentios inimigos, índio bravio.
Tembé: lábios (Iracema, iratembé).
Tiba: (tiwa, tiua, tuba) abundância, cheio.
Tijuca: lama, charco, pântano, atoleiro.
Tinga: branco, branca.
Tiririca: arrastando-se, alastrando-se, erva daninha que se alastra com rapidez.
Tocantins: bico de tucano.
Tupi (1): povo indígena que habita(va) o Norte e o Centro do Brasil, até o rio Amazonas e até o litoral.
Tupi (2): um dos principais troncos lingüísticos da América do Sul, pertencente à família tupi-guarani.
Tupi-guarani: um das quatro grandes famílias lingüísticas da América do Sul tropical e equatorial.
U
Uaçá: caranguejo.
Uaná: vagalume (urissanê).
Ubá: canoa (geralmente feita de uma só peça de madeira);
V
Vapidiana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima.
W
Wapixana: tribo do ramo aruaque do alto rio Branco, Roraima.
X
Xaperu: tribo da região Norte.
Xará: (X-rer-á) tirado do meu nome.
Xavante: tribo indígena pertencente à família lingüística jê. Ocupa extensa área, limitada pelos rios Culuene e das Mortes, Mato Grosso.
Xoclengue: tribo caingangue do Paraná (rio Ivaí).
Y
Yacamim: ave ou gênio, pai de muitas estrelas (jaçamim)
Yamí: noite.
Yapira: mel (japira).
Yara: deusa das águas, lenda da mulher que mora no fundo dos rios.
Yasaí: açaí, fruta que chora.
Yawara (tupi): jaguar, cão, cachorro, lobo, gato, onça.

Fonte: Fernando AP Silva e outras.
Acesso em 18/04/2011.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

COMENTANDO O LIVRO LIDO


INCENTIVO A LEITURA E A ESCRITA

                                            
                                            
                                   Inspirada na colega Joyce Piachão do blog http://joycepianchao.blogspot.com/ confeccionei o mural “Comentando o livro lido”.
                                               A cada semana é a vez de um grupo escrever sobre o livro que emprestou na biblioteca indicando-o para os colegas.
                                       Esta atividade pode ser adaptada para cada turma dependendo do nível de alfabetização. Se as crianças estiverem no início do processo de alfabetização poderíamos pedir para escrever o título e o nome do autor e fazer um desenho sobre o livro ou escrever palavras chaves sobre a história, mas se eles já estiverem produzindo pequenos textos pode-se fazer a tentativa de escrita. É indicado fazer com pequenos grupos da cada vez pois a criança precisa pensar o que escrever para mostrar que aquele livro é legal e a professora precisa ficar bem atenta na forma da escrita pois este comentário ficará em exposição para que os colegas leiam.








segunda-feira, 4 de abril de 2011

REPORTAGEM DO MÊS: Métodos: Fônico e Construtivista.

Métodos fônico e construtivista podem caminhar juntos

por: Cassia Gisele Ribeiro
As discussões sobre as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino fundamental já começam a levantar polêmica. Depois do acréscimo de um ano na educação básica, o ministro da Educação, Fernando Haddad, iniciou uma série de conversas com educadores de diferentes correntes sobre o método de alfabetização. A idéia é avaliar uma possível volta do sistema fônico nas escolas públicas do país.
As Diretrizes Curriculares Nacionais são aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação e definem o que se espera que uma criança aprenda em cada série. A partir delas, o ministério da Educação (MEC) produz os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que é distribuído para professores de todo o Brasil e orienta o trabalho com os conteúdos em sala de aula. Os PCNs em vigor foram elaborados há 10 anos e possuem claramente a influência das teorias construtivistas.
O método fônico é marcado pela ênfase em ensinar a criança a associar rapidamente letras e fonemas. Ou seja, a criança aprende rapidamente que o código que representa a letra "A" é associado ao som "A". Para isso, o método lança mão de material didático com textos produzidos para esse fim, como os das cartilhas. Já os construtivistas rejeitam a prioridade do processo fônico e, principalmente, o uso de um material único a ser aplicado para todos os alunos. Por isso, as escolas dessa linha tendem a usar textos já escritos por outros autores, que estejam próximos da realidade da criança, no processo de alfabetização.
Para Regina Ritter Lamprecht, linguista e docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o atual debate está sendo feito de maneira equivocada porque coloca as duas correntes em posições opostas. Segundo ela, a idealizadora do construtivismo Emília Ferreiro não propõe um método de ensino, mas traz conhecimento sobre o desenvolvimento cognitivo da criança, que acarreta um olhar diferenciado do educador. "Por isso é importante que o conhecimento trazido pela teoria não seja esquecido", afirma.
"O trabalho nas escolas que adotam uma perspectiva construtivista pode continuar a ser feito dentro dessa perspectiva, mas proponho que seja acrescido do trabalho com os sons para explorar o papel facilitador da consciência fonológica da criança", diz.
Maria Regina Maluf, professora da área de Desenvolvimento e Aprendizagem da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concorda. E completa: "É importante evitar etiquetas simplistas que se perdem no nome e não conseguem definir o que, de fato, é possível ser feito", afirma. "O objetivo das novas discussões não é ignorar todos os avanços que a educação sofreu nos últimos anos e voltar ao passado, mas fazer um balanço de tudo o que já foi feito, investir nos acertos e eliminar erros que ainda estão sendo cometidos.", diz.
Para a educadora, a eliminação do método fônico é problemática porque coloca a alfabetização como consequência de uma busca pelo saber, mas não a prioriza. "A idéia é voltar a priorizar o aprendizado da leitura de palavras, mas sem o uso das antigas cartilhas com textos descontextualizados. O trabalho fonético deve ser realizado com material didático adequado, em conjunto com textos literários, cartas e receitas médicas, por exemplo", recomenda.
Maluf destaca também a importância de haver um material de apoio confiável para que a educação das crianças tenha uma base mais sólida. "Sem um livro didático, a criança fica muito dependente daquilo que é fornecido pelo educador, que nem sempre é um material de qualidade", alerta.
Já para Lamprecht, o fato de se trabalhar com diversos textos desde o início da alfabetização é positivo, pois estão próximos da realidade de cada criança. "No entanto, o educador deve ensinar as relações entre grafema e fonema, pois ao compreender que um determinado sinalzinho no papel representa um determinado som da fala, fica facilitada, em muito, a compreensão da criança quanto à escrita", completa.

Indicação da Professora Lucinéia Percigili.